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Visão
Enviado pelo autor, Lavras-MG

Por Pedro Coimbra, jornalista e escritor
27 julho, 2007

Em "Os Sertões", Euclides da Cunha descrevia esmeradamente as visões de Antônio Conselheiro e seus acólitos da Guerra de Canudos, que viam a todo momento Jesus Cristo, santos e apóstolos.

No ginásio, o professor de ciências descrevia o corpo humano e principalmente a visão humana, que era definido pelo ato ou efeito de ver o sentido da vista, percepção do mundo exterior pelos órgãos da vista.

Minha mãe admirava um parente de meu pai, seu tio Zequinha, que morava na rua da Fábrica e me parece, aos poucos, foi ficando cego, mas mesmo assim andava por toda a cidade e principalmente no bonde.

As principais partes do olho humano são a córnea, onde vemos o branco do olho, e a íris. Normalmente é transparente e esférica. O cristalino, que é uma parte gelatinosa, elástica e convergente que focaliza a luz que entra no olho, formando imagens na retina. A seguir, a íris, aquela parte circular que dá o colorido do olho. É opaca, mas tem uma abertura central, a pupila, por onde entra a luz. A retina, que é onde se formam as imagens das coisas que vemos.

Já tinha como um defeito de visão, a miopia, que faz que não consigamos ver objetos distantes com nitidez porque as imagens desses objetos formam-se antes da retina. Para corrigir este defeito são usadas lentes divergentes que deslocam as imagens um pouco para trás. Depois veio a ruptura da retina que exigiu uma cirurgia e felizmente deu certo.

A divulgação científica moderna é muito abrangente e pode nos explicar melhor diversos fatos.

Há de reconhecer que jamais houve um homem como Jesus Cristo. Ele é a personalidade mais singular de todos os tempos. Foi quem mudou todo o rumo da história. Centenas de anos antes do nascimento de Jesus Cristo, foram registradas nas Escrituras as palavras dos profetas de Israel que anunciaram sua vinda. O Antigo Testamento contém mais de 300 profecias descrevendo a sua chegada.

A vida que viveu, os milagres que fez, as palavras que falou, sua morte na cruz, sua ressurreição e sua ascensão aos céus indicam que não foi um simples homem. A maior parte das religiões foi fundada por homens e estão baseadas em filosofias, regras e normas de condutas feitas por homens. Basta tirar Jesus Cristo do Cristianismo e não haverá mais nada.

Vejam: Jesus Cristo foi crucificado numa cruz, sepultado num túmulo emprestado e três dias depois ressuscitou dos mortos. Através dos séculos, a maioria dos grandes eruditos que tem considerado as provas da ressurreição tem acreditado e ainda acreditam que Jesus Cristo está vivo. O Cristianismo sobreviveu em razão da ressurreição de Jesus Cristo e de outros fatos importantes, como o trabalho de Paulo.
Em Lucas 18, 31-33, Jesus Cristo predisse sua morte e ressurreição, e elas aconteceram exatamente como previstas. A ressurreição é a única explicação para seu túmulo vazio. O túmulo aonde eles colocaram o corpo de Jesus Cristo estava rigorosamente guardado por soldados romanos e selado com uma enorme rocha. Se, como alguns já disseram, Jesus Cristo não estivesse morto, mas, somente desmaiado, os guardas e a pedra teriam impedido a sua fuga, ou qualquer tentativa de resgate por parte dos seus seguidores.

A ressurreição é mais uma vez a explicação para as aparições de Jesus Cristo aos seus discípulos. Após a sua ressurreição, Jesus Cristo apareceu pelo menos 10 vezes àqueles que haviam convivido com ele e para outras 500 pessoas de uma só vez. Jesus Cristo provou que estas aparições não eram alucinações, comendo e falando com eles e eles todos com ele.

Para explicar o crescimento do Cristianismo, a ressurreição é a única explicação razoável. A Igreja primitiva sabia que esta era a base de sua mensagem e que se apresentassem o corpo de Jesus Cristo tudo acabaria. A ressurreição é a explicação para a vida renovada dos discípulos. Eles abandonaram Jesus Cristo antes da sua ressurreição e depois da sua morte ficaram desencorajados e com medo.

Em virtude da ressurreição de Jesus Cristo, seus verdadeiros seguidores não seguem um código de ética de um fundador morto, mas possuem uma relação pessoal com o Senhor vivo.

O físico e filósofo francês Blaise Pascal, falou da necessidade que o homem tem de Jesus Cristo, quando disse: "Existe no coração do homem um vazio do tamanho de Deus, o qual, somente Jesus Cristo pode preencher".


Atenção, mulheres
Enviada pela autor, Recife-PE

Por Raquel de Morais
26 julho, 2007

Há uma grave epidemia no mundo feminino. Um mal que vem assolando mulheres de todos os tipos, idades, raças e classes. Não sei se é algo novo ou se sempre existiu, mas só agora eu vim perceber sua existência em nosso universo. É a culpada pelas desgraças femininas, a responsável pelos fracassos nas relações amorosas: a carência afetiva.

Desconfio que exista uma conspiração contra nós mulheres e estamos caindo feito patas. Prestem atenção: são inúmeras reportagens em revistas femininas, sites, colunas em jornais, crônicas, programas de TV, está a nossa volta o tempo todo. Tudo agora só se fala em carência afetiva. Se você se envolveu com um safado, foi carência. Se você é ciumenta ou insegura, a culpa é da sua baixa auto-estima. Se preferir namorar a estar sozinha, é porque você tem um vazio interior, e só você mesma poderá preencher. Além disso tudo sobra para os pais. Coitados!!! A culpa é deles que não amaram suficientemente suas filhas, e elas cresceram doidas carentes procurando alguém para amar desesperadamente.

Eu brinquei com uma amiga psicóloga: “sua classe profissional está liderando essa conspiração para encher seus consultórios”. São várias e várias entrevistas de psicólogos diagnosticando as mulheres de carentes. Aquelas sessões nas revistas femininas em que elas perguntam sobre suas relações. Todas, absolutamente todas as respostas dos especialistas se referem à carência.

Vamos ser razoáveis, por favor! Claro que existe um sofrimento psíquico relacionado à carência afetiva e a baixa auto-estima, mas não vamos generalizar. Por que não admitir que a mulher se envolveu com o safado porque tava a fim, porque o safado era bom de cama? E qual o problema de namorar sempre? Quem nasceu nesse mundo pra estar sozinho? Quem não gosta de ter alguém?

Nunca ninguém fala da parte do homem nessa conversa toda (ah!, eles nunca são os carentes. Esse mal é exclusivo nosso). Parece que eles são as vítimas das loucas carentes. Os coitados que foram sufocados e pressionados. Nada disso!!! Será que as cobranças das mulheres não surgem da falta de comprometimento dos homens? E o ciúme e a insegurança não devem vir dessa mania horrorosa que os homens têm de olhar para qualquer rabo de saia que passe na sua frente e de sempre deixar a relação em terceiro ou quarto plano após o trabalho, o futebol e a cerveja com os amigos?

Ora, ora, ora. E todas as cobranças que as mulheres sofrem? Se está chegando perto dos 30 solteira, lascou! Começam as piadinhas na família, o tal relógio biológico pedindo uma gravidez.

No final, a mulher acaba realmente achando que é carente, ler tudo quanto é reportagem sobre o “problema” e vai correndo para terapia. Aí lá começa a busca pelo não se sabe o quê, e volta na época em que se tinha sete anos de idade e seu pai bateu em você... Pronto!!! Esse fato traumatizou toda sua vida amorosa...


Mulheres inteligentes
Enviado pelo autor, Pandora-PR

Por Juliano Martinz, escritor
11 abril, 2007

Era uma garota culta. Notoriamente culta. Poucos atrativos físicos, mas um cérebro de causar inveja. Cursava o último ano de artes. Nas horas vagas, ouvia Pachelbel, lia Sartre, contemplava Dali, consumia Godard. Não simplesmente vivia. Estimulava-se. Exalava saber. Inspirava criação. Criava inspiração.

E entre tanto inspirar, ele transpirava paixão. Ele, perdidamente apaixonado pela "garota saber" que sequer sabia de sua existência. Como ela, ele também não era dotado de atrativos físicos. Diferentemente, era burro como uma porta.

Mas o amor consegue ser destemidamente desbravador quando quer. Por isso, ele estudou tanto quanto pôde todas as preferências dela, seus gostos. Demasiada informação. Repetição. Associação. Recapitulação. Noites e noites em claro. Mas, ao menos, a recompensa lhe parecia perfeita e eterna.

Num barzinho universitário, ela sozinha junto ao balcão. Ele respira fundo. Bem fundo. Aproxima-se, um andar cautelosamente calculado. Senta-se, ao lado, fingindo distração. Ele, após pedir a bebida, sem olhar para ela:
- Esse ambiente é um tanto quanto claustrofóbico. Remete-me a Misery.
- Como?
- Digo: esse bar. Claustrofóbico. Misery.
- Misery? – Ainda reposicionando-se ante a abordagem do "estranho".
- Uhum. Sir King.
- Ah! – um "ah" de quem compreende. Ótimo. Ponto positivo.
- Só faltava estar nevando – brinca, nova referência ao livro.
- É! – desanimadoramente monossilábica.

E então faz silêncio. Ele esperava um comentário convidativo, algo que fugisse às interjeições desestimuladas. Nada bom. Mas o amor consegue ser tapadamente persistente quando quer. Por isso, ele espera uma "deixa".

A música ambiente, algum jazz que ele não conhece (o que não é de surpreender), termina, deixando uma aura de silêncio onde sussurros podem ser ouvidos. Ele suspira profundamente. Arremata:
- Play it again, Sam!

Ela sorri. Outro ponto positivo.
- Também amo Casablanca – ela.
- Assisti três vezes.
- Três?
- Essa semana.
- Puxa!
- Sabe como é?!? Um fã inveterado de Humphrey Bogart.
- Eu nem tanto – e faz silêncio.

Ela discorda. Ponto negativo. E ainda por cima, o silêncio. Ele precisa continuar o assunto que conseguiu arrancar-lhe um sorriso. Mas falar o quê? Nunca assistira Casablanca em toda sua vida. E não conseguia se lembrar dos detalhes do filme que havia estudado, em alguma revista. Pouco importa. Continue. Continue.
- Pobre Scarlett O´Hara – arrisca.
- Como? – Ela ri. – Scarlett O´Hara, em Casablanca?

Excesso de informação. Dados cruzados. Reorganize. Reorganize. Scarlett O´Hara. Nunca mais sentirei fome em minha vida. "Minha Vida de Cachorro"? Não. Tente se lembrar das associações. Scarlett. Fome. Sem comida. Sem, porque alguém levou. Comida que o vento levou. Aham, é isso!!!

Pontos de suor aflorando na testa, apressando-se em ressalvar:
- Refiro-me à sessão de logo mais. "E o Vento Levou"...quarta vez essa semana. Só de lembrar o que a pobre Scarlett vai passar, fico emocionado.
- Sério? Costuma chorar nos filmes?
- Até em Chaplin Marx.
- Quem?

Dados cruzados. Simplifique. Simplifique.
- Hãã... Chaplin, o vagabundo.
- Ah, sim. Ele tempera as piadas com emotividade. Consegue emostar as lágrimas.
- Concordo.
– Deixaria a palavra "emostar" para o próximo encontro com o Aurélio.
– Mas nada que um pouco de Mercury Rev após não resolva.
- Hum... Boa pedida. Mas quer uma sugestão: prefira Smiths. É mais simbiôntico.

Simbiôntico? Biôntico. Biônico. Olho biônico. Eletrônica.
- Sim, um som eletrônico é uma ótima sugestão.
- Smiths, eletrônico?
- Hãã...

Mais suor. Reorganize. Reorganize. Que inferno é esse tal de Smiths? Seria Will Smith??? Arrisque.
– É que o rap tem algo de eletrônico.
- Rap?? The Smiths é rock.
- Rock? Sim. Foi o que eu disse. RAP. "Rock to Alternative People". Um movimento musical ocorrido nos guetos londrinos, iniciado nos anos noventa.
- Smiths nos anos noventa? – rindo.

Anta. Por que não colocou ponto final depois de "londrinos"? Agora se vira.
- Hãã...bem... É que talvez você não tenha ouvido a demo que lançaram na década de noventa, antes de estourarem nos anos dois mil.
- Anos dois mil? – quase gargalhando.

Ele pigarreia. Demasiadamente embaraçado. Quase entregue. Quase... Mas o amor consegue ser insensivelmente cara-de-pau quando quer.
- Me desculpe. Estou um pouco confuso. Qualquer um ficaria após contemplar Rembrandt por duas horas seguidas.

Surpresa:
- Você gosta de Rembrandt? Não acredito! Eu amo Rembrandt. Amo, amo, amo. Me diga: qual seu quadro preferido?

Quadro preferido? E agora? Acesso ao banco de dados mental. Qual era o nome daquela coisa cheia de rabiscos? " La Gioconda"? Não. "Peloton"? Não, esse é um disco do Delgados. "A Sagrada Família"? Melhor não arriscar. Cruzamento de informação. Miscelânea. Mistura indigesta. E agora?

Ele, evasivo:
- Prefiro aquela fase após ele cortar a própria orelha.
- Quem cortou a orelha foi Van Gogh.
- É... Então... Pra ser bem sincero, estou começando agora a apreciar os pintores italianos.
- Italiano? – Rindo de novo. – Rembrandt era holandês.
- Era? Bem, isso era o que se acreditava no século 15...
- Mas Rembrandt viveu no século 17.
- Chega! – grita.

Ele se levanta, furioso, e retira-se do bar sem dizer mais uma palavra sequer. Das aulas com a "garota saber" aprendeu uma importante lição: mulheres inteligentes são complicadas demais. Nessas horas, nem o amor...

Edição anterior


Música de fundo em arquivo MID (experimental):
"A paz", de João Donato
Nota para a seqüência MIDI: *****

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Crônicas


Belo Horizonte, 25 agosto, 2007