Botânica, o que é

Botânica, segundo o Aurélio, é a parte da biologia que estuda as plantas; estudo da morfologia e da fisiologia dos vegetais. A botânica moderna teve início com Karl von Linné (1707-1778), botânico sueco. Os muitos ramos em que se divide essa ciência podem-se agrupar em dois fundamentais: a botânica pura e a botânica aplicada. Há mais de 30 ramos especializados, que é costume distribuir em dois grupos:

Botânica descritiva

É o conjunto dos ramos da botânica que usam a observação como o principal método de pesquisa. As numerosas disciplinas da morfologia constituem ramos descritivos, bem como as da botânica sistemática.

Botânica experimental

É o conjunto dos ramos da botânica que empregam a experimentação como o principal método de pesquisa. A fisiologia, com suas numerosas subdivisões, constitui o grupo de disciplinas botânicas experimentais mais importantes.

Botânica aplicada

É a botânica que estuda as plantas sob o aspecto das relações que elas demonstram ter com a vida humana, como, por exemplo, botânica agrícola, ligada às atividades da agricultura; botânica farmacêutica, relacionada aos usos em medicina e em farmácia; fitopatologia, que abrange pesquisas acerca das moléstias causadas nas plantas úteis ao homem.

Botânica geral

Grande subdivisão da botânica, que se ocupa dos aspectos gerais do estudo das plantas quanto a: forma (morfologia), função (fisiologia) e desenvolvimento desde a fecundação (embriologia). Cada uma dessas partes, contudo, compreende múltiplos ramos de âmbito menor e especializados: a palinologia, por exemplo, interessa-se pelos grãos de pólen, vindo a ser, portanto, um ramo ou disciplina da morfologia.

Botânica sistemática

Parte da botânica que trata da classificação dos vegetais, ordenando-os segundo as famílias, gêneros e espécies, num esquema geral do reino vegetal, dito sistema; taxionomia.

Botânica especial

Grande subdivisão da botânica, relativa aos aspectos particulares do estudo dos vegetais quanto a: classificação (botânica sistemática), distribuição (fitogeografia) e anomalias (teratologia), e que, por sua vez, podem subdividir-se em ramos mais restritos e especializados.

Botânica pura

Grande subdivisão da botânica, que estuda as plantas do ângulo puramente científico, sem qualquer intuito de aplicação, e engloba as disciplinas referentes aos aspectos gerais dos organismos vegetais (botânica geral) e aos aspectos particulares (botânica especial).


A tulipa gesneriana
Enviada por Isolda Harris, Dallas-Texas

Por Rose Aielo Blanco

 

Muita gente pensa que as tulipas são originárias da Holanda, tamanha a associação existente entre elas e este país. Entretanto, segundo a maioria das referências, as tulipas, na verdade, são turcas e foram levadas para a Holanda por volta de 1560, depois que o botânico Conrad von Gesner as catalogou em 1559, usando bulbos originais coletados em Constantinopla, atual Istambul.

O nome da flor foi inspirado na palavra "tulipan" que significa "turbante" (o formato da tulipa lembra mesmo um turbante). Outras referências defendem que as tulipas são originárias da China, de onde foram levadas para as montanhas do Cáucaso e Pérsia.

Chinesas ou turcas, o fato é que elas se tornaram uma paixão para os holandeses e essa paixão pelas tulipas foi tanta que gerou até uma especulação financeira envolvendo os bulbos desta planta.

No livro "Salve-se Quem Puder – Uma História da Especulação Financeira", Edward Chancellor descreve esse curioso fato em detalhes. Na Holanda, os bulbos encontraram terras férteis e ideais para o seu cultivo, além de um povo que simplesmente amava flores. O entusiasmo pela tulipa gerou o desenvolvimento de muitas variedades com diferentes tamanhos e cores. Por volta de 1620, algumas variedades chegavam a um grau de raridade tão grande, que uma única flor alcançava preços elevadíssimos. E a especulação corria solta. No verão, época do plantio, já se negociavam os bulbos que iam florescer na primavera seguinte –cerca de um ano depois. O papel que representava a propriedade de um bulbo ainda por florir podia passar, em poucas semanas, de 20 florins para 255 florins, ou de 90 para 900 florins. A situação tornou-se tão crítica, que o governo holandês teve de intervir para acabar com a especulação.

Planta da família das Liliáceas, a tulipa produz folhas que podem ser oblongas, ovais ou lanceoladas (em forma de lança). Do centro da folhagem surge uma haste ereta, com uma flor solitária formada por seis pétalas. Cores e formas são bem variadas. Existem muitas variedades cultivadas e milhares de híbridos em diversas cores, tons matizados, pontas picotadas, etc.

O mérito do cultivo da tulipa no Brasil cabe ao produtor Klass Schoenmaker (mais detalhes abaixo), estabelecido no município de Holambra, em São Paulo.

Comprei. E agora?

Na hora de adquirir um vaso de tulipas, prefira aquele com as flores ainda em botão. Dessa forma, você terá as belas tulipas por mais tempo. Mantenha o vaso em local fresco, com boa luminosidade, mas longe de ventos e do sol forte. Outra dica interessante é colocar 1 ou 2 pedras de gelo, pela manhã e à tarde, sobre o substrato (mistura de terra) do vaso, todos os dias. Assim podemos diminuir o excesso de calor.

 

No clima brasileiro é difícil conseguir que a planta floresça mais de uma vez, mas com algumas técnicas, dá para tentar fazê-la dar flores pelo menos mais uma vez. O processo é demorado e um tanto complicado, mas para quem gosta de jardinagem, pode ser um desafio compensador. Veja só:

Se tudo der certo, a tulipa estará florida no período de trinta a cinqüenta dias. Todo esse processo tem como objetivo simular as condições climáticas existentes no habitat natural das tulipas e que estimulam os bulbos a rebrotarem.

Yes, nós temos tulipas...

 

A Fazenda Terra Viva Schoenmaker (Holambra/SP) começou a produzir tulipas comercialmente no Brasil em 1988. Os bulbos são trazidos da Holanda e ao chegar por aqui são mantidos em câmaras, onde passam pelo tratamento adequado para controlar a temperatura, até que comecem a enraizar. A partir de março começam a ser retiradas as caixas da câmara para a produção propriamente dita. Inicia a fase 2, com as tulipas entrando em fase de crescimento, quando são fornecidas luz e adubação adequadas para garantir seu bom desenvolvimento. Na fase 3 as tulipas estão prontas para serem colocadas em vasos ou para o corte (no caso de flores de corte). Só então, vão para os pontos de venda.

Segundo Simone Schoenmaker, gerente de produção de flores e bulbos da empresa, em 2001 foram vendidos aproximadamente 130 mil vasos de tulipas e em 2002 projetou-se a venda de 250 mil. Os vasos, oferecidos em dois tamanhos (um com 3 bulbos e o Premium, com 5 bulbos) representam 2/3 da produção. O restante é de produção de tulipas de corte, utilizadas principalmente em arranjos e buquês de noivas. "Cerca de 90% das tulipas em vaso são da variedade vermelha, já na produção de corte, a maioria é branca, em torno de 35%", explica Simone. As outras variedades de tulipas de corte são produzidas na seguinte proporção: 20% laranjas; 20% amarelas; 20% vermelhas; 5% outras cores, como rosa e lilás.

Dois novos produtos estão sendo lançados pela fazenda Terra Viva, produtora das flores de Holambra: vasos com tulipas Master e Little. Os vasos Master vêm com sete hastes e um botão grande de tulipa cada, com flores brancas, amarelas, laranjas e vermelhas. Os vasos Little possuem cinco hastes principais, com mais de um botão cada, totalizando cerca de doze flores por vaso, somente na cor vermelha.

O aumento da demanda por tulipas no mercado de flores é creditado às novas variedades de cores diversas e à melhor adaptação ao nosso clima, o que lhes garante mais beleza e durabilidade. "Testamos novas variedades que podem durar até 10 dias, dependendo da época do ano e da região, esclarece Simone. O calor acelera o desabrochar da flor, e quanto maior o frio, mais tempo de vida possui. Normalmente, um vaso de tulipa sobrevive de 5 dias a uma semana.

"Em maio e junho a produção e venda de tulipas é maior que dos outros meses da safra", acrescenta Simone Schoenmaker. Em razão da sazonalidade, o produto é oferecido no mercado brasileiro no período de março a setembro. "As flores de modo geral chegam a duplicar as vendas", conclui Simone.


Música de fundo em arquivo MIDI (experimental):
"Samba de verão", de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle
Nota para a seqüência MIDI: *****

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Belo Horizonte, 19 setembro, 2005

Botânica