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O sol nasce para todos
Enviado pelo autor

Por Luiz Alberto Machado, poeta
http://www.luizalbertomachado.com.br

5 janeiro, 2006

http://leiluka.fotoblog.uol.com.br
Imagem de Leila Lopes
Vista da Praça Municipal, Salvador-BA
 

É janeiro e o sol contempla todas as manhãs no maior exemplo de justiça que se possa imaginar

É assim como eu vejo, este é o meu olhar. E mesmo que leve oito minutos e meio para nos tocar a pele brozeando nossa vida, o disco alado, indiscriminadamente, reluz para brancos, pretos, cafusos, mamelucos, crioulos, mulatos, arianos, caboclos, mongóis, germanos, multicor ou descoloridos.

Seja o que for: católico, batista, pentecostal, confucionista, judeu, quackers, budistas, anti-semitas, ateus.

Seja que gênero, até homo, hetero, trans, hermafrodita ou assexuado.

Seja ou não flamenguista ou de que time for. Ou, ainda, iconoclasta.

Seja, enfim, afortunado, pobre, emergente burgüês, desafortunado ou estornado miserável.

O que me deixa por lição é que seu fulgir encarna o privilégio de constatar a maior e mais verdadeira liberdade, isso porque, seja através do prisma de Newton ou das citações da Cidade de Campanela, aprendemos que "o amor à coisa pública aumenta na medida em que se renuncia ao interesse particular...ninguém deve apropriar-se das partes que cabe aos outros". E mesmo sob as situações mais adversas, deveríamos ter com o etério brilhante a mesma atitude de Manco Capac, o inca primeiro que abriu os olhos e inquiriu das criaturas da ignomínia o que esperavam da vileza, quando o sol dava vida para serviço dos homens e vegetais do mundo. Ou como os Maias e a bela lição de modéstia do vigoroso astro, confirmando ser o ser humano subalterno e acidental, vez que em suas fábulas pregam que se se nasce de noite, só se realiza ao alvorecer.

Irradiante, pois, nos ensina que os deuses são matinais para honrar a alma, indo, com sua majestade, do oriente ao ocidente a caminho da constelação de Lira. E eu, curaca silente, tiro minhas sandálias para sentir o chão, voltado para o leste, aplaudindo o espetáculo dos clarões da aurora dourando a vida de todos.

Beijo, na catarse do momento, os primeiros raios e os guardo no meu relicário para entregá-los às mãos puras que "contemplam-no como a imagem de Deus, chamam-no de excelso rosto do Onipotente, estátua viva, fonte de toda luz, calor, vida e felicidade de todas as coisas".

Sigo pelas supremas hierofanias solares colhendo no Livro dos Mortos: "o ontem me criou. Eis hoje. Eu crio amanhãs".


A morte de cada dia
Enviado por Vitor Buaiz, Vitória-ES

Por Fernando Pessoa

4 janeiro, 2006

“Nós estamos acostumados a ligar a palavra morte apenas à ausência de vida e isso é um erro. Existem outros tipos de morte e precisamos morrer todo dia.

A morte nada mais é do que uma passagem, uma transformação. N
ão existe planta sem a morte da semente, não existe embrião sem a morte do óvulo e do esperma, não existe borboleta sem a morte da lagarta. Isso é óbvio!

A
morte nada mais é do que o ponto de partida para o início de algo novo. É a fronteira entre o passado e o futuro ..."


Se você quer ser um bom universitário, mate dentro de você o secundarista aéreo que acha que ainda tem muito tempo pela frente.

Quer ser um bom profissional? Então mate dentro de você o universitário descomprometido que acha que a vida se resume a estudar só o suficiente para fazer as provas.

Quer ter um bom relacionamento? Então mate dentro de você o jovem inseguro ou ciumento ou o solteiro solto que pensa poder fazer planos sozinho, sem ter que dividir espaços, projetos e tempo com mais ninguém.

Enfim, todo processo de evolução exige que matemos o nosso "eu" passado, inferior. E, qual o risco de não agirmos assim? O risco está em tentarmos ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo o nosso foco, comprometendo essa produtividade, e, por fim, prejudicando nosso sucesso.

Muitas pessoas não evoluem porque ficam se agarrando ao que eram, não se projetam para o que serão ou desejam ser. Elas querem a nova etapa, sem abrir mão da forma como pensavam ou como agiam. Acabam se transformando em projetos acabados, híbridos, adultos infantilizados.

Podemos até agir, às vezes, como meninos, de tal forma que não matemos as virtudes de criança que também são necessárias a nós, adultos, como: brincadeira, sorriso fácil, vitalidade, criatividade etc.

Mas, se quisermos ser adultos, devemos necessariamente matar atitudes infantis, para passarmos a agir como adultos. Quer ser alguém (líder, profissional, pai ou mãe, cidadão ou cidadã, amigo ou amiga) melhor e mais evoluído? Então, o que você precisa matar em si, ainda hoje, para que nasça o ser que você tanto deseja ser!?

Pense nisso e morra! Mas, não esqueça de nascer melhor ainda!

O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.

Analise bem sua vida, observe o que não está dando certo e veja onde você está resistindo a mudanças; muitas vezes, com pouco tempo para se conhecer, acaba boicotando seu próprio sucesso, sua realização, suas possibilidades de amor ou de felicidade, sem ao menos saber que está sendo seu pior inimigo.


Mulheres de aço
Enviada pelo autor, Volta Redonda-RJ

Por Charlles Nunes

15 agosto, 2005

Sou de Volta Redonda, a capital brasileira do aço. Bem, ao menos foi isso o que cresci ouvindo. Em nossa cidade, o que não tem Miner, em homenagem aos mineiros, tem Sider: Siderantim, Siderópolis, Siderlândia, Sider Ville, Sider Shopping.

Ou então, em bom português, tem aço: Voltaço, Votoraço, Cooperaço, Rodaço, Tintaço, Retiraço, Madeiraço, Do Aço ao Clássico, Torcida Mulheraço.

Falando em mulheraço, minha mãe aqui chegou ainda menina, vinda das Gerais. Fez-se moça, depois mulher. Tendo ficado viúva aos 32, e com 3 rebentos para criar, desenvolveu nervos de aço. Suas iniciais? CSN.

Apesar da dureza da vida, em todos os sentidos, ela nos ensinou a gostar de ler. E também de cantar. Nos ensinou a gostar. Cantar mesmo, nenhum de nós ainda acertou.

Foi numa destas cantanças, que conhecemos o padre Zezinho. Noutra, o Ivan Lins, o Moacir Franco e o Taiguara. Um de cada vez, é claro. Pois não cabiam todos ao mesmo tempo no radinho lá de casa. E depois que tivemos toca-fitas, aprendemos até muitas letras.

No hoje do Taiguara, que foi há muitos ontens atrás, homens de aço apostavam na ciência. E as mulheres, na paciência. No hoje de hoje, homens da ciência apostam no aço, na rede, nas ações. Em tudo o que lhes multiplique o dinheiro ou a informação. Desde que antes lhes conquiste a confiança.

Foi para exemplificar isto que escrevo este artigo. Para mostrar que até o mais frio dos metais pode ser humanizado, bastando ser bem descrito. Toca corações de seres de carne e ossos. Que, naturalmente, enfiam a mão no bolso, e fazem suas apostas.

Mas há quem aposte em outros homens. Ou em meninos e meninas, tal qual fez minha mãe. Aquela pequenina mulher de aço que, com amabilidade e maleabilidade apostava tudo em seus dois pequenos homens e uma menina ainda menor.

Hoje, só ficou saudade, pois faz alguns anos que ela se foi. Mas por certo nos contempla, desde o outro lado deste tênue véu. Que eu cismo em imaginar como uma fina folha de flandres, dessas que a gente vê nas bobinas, que os trilhos de aço transportam rumo ao progresso.

E continuo teimando em acreditar que quando nos virmos de novo, daremos enfim aquele abraço. Pois Volta Redonda continua linda!!!

Quer conhecê-la de pertinho? Pode vir! Tem homem. Tem mulher. Tem cultura. Tem arte. Tem aço. E a gente te recebe de braços abertos. Afinal…ninguém é de ferro.

Edição anterior


Música de fundo em arquivo MID (experimental):
"Rapshody", de Rachmninov
Nota para a seqüência MIDI: *****

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Belo Horizonte, 20 janeiro, 2006