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Opinião
Saúde pública
Enviado pelo autor, Belo Horizonte-MG
Por Gilberto
Araújo, estudante de jornalismo
29 junho, 2005
Fui vítima de atropelamento dia
19 de abril deste ano, às 13 horas, na rua da Bahia com a avenida
Augusto de Lima. Passados 3 minutos -duas fraturas expostas na
perna esquerda e o deslocamento do ombro esquerdo- policiais solicitaram
a ambulância da SAMU -Prefeitura de Belo Horizonte-, que levou
38 minutos para prestar socorro. Entre a pancada do veículo e
a anestesia no Hospital João XXIII se passaram exatamente 3 horas
e cinco minutos. De muita dor e indignação. E era apenas
o início da "via crucis" na saúde pública.
A fisioterapia começou dia 7
de junho último, no "Centro de Reabilitação
Geral",
da FHEMIG, Rua Domingos Vieira nº 463, Santa Efigênia. Bem
aparelhado e com
excelentes profissionais, o "CRG" estava prestando um atendimento
à altura. Estava. Com a greve na saúde, as sessões
de fisioterapia estão sendo canceladas. Nesta semana, das 3 sessões
programadas, segunda, quarta e sexta-feira, apenas a sessão de
quarta-feira foi mantida, o que vem agravar o nosso estado, já
precário, de recuperação.
Defendemos o direito universal da greve dos trabalhadores. Mas, faz-se necessário que nossos direitos à saúde, aos serviços públicos, sejam também considerados. Na situação específica, do "CRG", a reivindicação é para que seja mantido um plantão mínimo de atendimento aos pacientes, em maioria, poli-traumatizados.
A interrupção das sessões de fisioterapia tem causado uma regressão, os membros afetados entram num processo de atrofiamento agravando a situação. Mesmo com um plantão mínimo dos fisioterapeutas, teríamos o direito à utilização dos equipamentos, que são públicos. Com este singelo apelo, espero não ser necessário procurar o bispo ou o papa...
Carandiru
Enviado por Paulo Sérgilo Loredo, São
Paulo-Capital
Por Ana Prudente,
empresária, mãe e indignada com a
inversão de valores que o povo brasileiro vêm sofrendo
9 junho, 2005
Uma rede de televisão exibiu o filme "Carandiru" nessa segunda-feira, 6 de junho. Gostaria que singelas dúvidas me fossem sanadas:
Os dois funcionários mortos no cadeião de Pinheiros e a mãe de família estuprada na FEBEM, tenho certeza, escolheriam a primeira opção. Eutambém, e vocês?
Ongs se dão bem no inferno!
Enviado por Paulo Sérgio Loredo, São
Paulo-Capital
Ong é uma empresa que cresce e lucra com os problemas dos outros. Quantos mais miseráveis espalhados pelo Brasil, melhor, pois é possível ganhar uma boa grana com os otários que vivem à míngüa
Por Luís
Antônio Giron,
jornalista e escritor, autor dos livros "Ensaio do Ponto"
(Editora 34), "Mario Reis, o Fino do Samba" (Editora 34),
"Minoridade Crítica" (Ediouro/Edusp), "Teatro
Completo de Gonçalves Dias" (Martins Fontes) e "Até
Nunca Mais Por Enquanto" (Record)
Fonte: Notícias
AOL
8 maio, 2005
Quando as Organizações Não-Governamentais, mais conhecidas como ongs, começaram a proliferar no Brasil em meados dos anos 90, as pessoas bem informadas enxergaram no fenômeno uma semente de mudança. Afinal, tratava-se de um movimento social que se desdobrava à revelia de um Estado cada vez mais omisso em relação à educação e ao bem-estar da população. No início, tudo indicava que as ongs fariam o papel de fadas madrinhas das vítimas do Estado padrasto. Os antenados estavam enganados, para variar.
Mas como o Brasil não é de carochinha, surgiram ongs aos borbotões, para todos os usos e finalidades, das mais supostamente edificantes como educar crianças na periferia das megalópoles miseráveis, substituindo o papel primordial das escolas às mais bizarras: ong para proteger determinada espécie em extinção, ong para acabar com os buracos do país, ong de rapper, ong para explorar o trabalho escravo dos presidiários. É ong atirando para todo lado. Há até uma ong para blogueiros! Diga aí para o quê ou quem, que tem. São centenas de milhares de idealistas que dizem lutar por causas justas, num aparente novo exército da salvação. As ongs querem você. Aproveite, pois a liquidação de ongs é só até sábado!
O nível de estratificação e capilaridade das ongs chegou a um ponto que já atinge a vida privada do cidadão. Um exemplo: há poucos meses, um grupo de amigos que costuma se reunir em Campo Limpo, periferia de São Paulo, para um sarau de poesia recebeu a proposta de ser anexado à administração de uma ong. Assim, a organização obteria recursos e, em troca, a rapaziada poderia ter mais tempo para declamar seus poemas e raps. O pessoal chiou e pôs os ongueiros para correr do sarau.
O fato é que a gente começa a desacreditar na retórica das ongs, essa de reeducar os desvalidos, de botar criancinhas a pintar barraco com cores berrantes, de restaurar cidades históricas, como Santana do Parnaíba, que se converteu de cidade austera da boca do sertão paulista em festival barroco multicolorido. Não adianta dizer aos meninos que trabalham lá com a ong que Santana não tem nada a ver com Barroco, que eles estão carnavalizando a História, e perdendo tempo. Eles recebem má educação no lugar da educação. Não adianta reclamar. Tudo tem a aparência de seriedade. Eu pareço resmungar sozinho no deserto das boas intenções.
Mas vislumbro uma luz distante, que se aproxima. Está para estrear no fim deste mês um longa-metragem do diretor paranaense Sérgio Bianchi que promete botar lenha nesse assunto. O título é sugestivo: Quanto vale ou é por quilo. Caio Blat e Caco Ciocler fazem parte do elenco. O filme pretende lançar uma bomba atômica de sarcasmo no mundong. Bianchi defende a tese de que ongs não passam de empresas que geram empregos e perseguem o lucro a qualquer custo. Ong, argumenta o diretor, é uma empresa que cresce e lucra com os problemas dos outros. Quanto mais miseráveis espalhados pelo Brasil, melhor, pois é possível ganhar uma boa grana com os otários que vivem à míngua. Isso porque se torna muito fácil para uma ong obter dinheiro de empresas (que, com isso, aliviam a consciência e posam de boas samaritanas) e do governo sem prestar contas. Ninguém fiscaliza ong nenhuma.
Talvez Bianchi exagere na dose, certamente existem ongs do bem, fazendo algum trabalho social. OK. Só que isto aqui, Iaiá, é um pouquinho de Brasil, e todo mundo sabe que no Brasil as boas intenções só superpovoam os cemitérios.
Ninguém me tira da cabeça que ongueiro é o contrário de mãe que padece no paraíso. Ser ongueiro é se dar bem no inferno. Se você quer levar vantagem, monte uma ong (anos atrás houve até um outdoor de celular com a ironia). É fácil. Dê um rolê na periferia, encontre um problema grave (o que não é difícil) e ataque os inocentes úteis, os coitados que vão topar qualquer coisa, porque não têm nada a perder mesmo. Você registra um nome criativo Arco Íris na Favela, Meninos Sábios ou Manos à Obra, por exemplo , solicita verbas a empresas e aos governos, e pronto: o dinheiro vem, os pobres aprendem a pintar cerâmica, a dançar jongo ou a improvisar raps de protesto e você está feito. Lavagem total. Onde tem miserê tem gente ingênua e desprotegida. Vamos nessa!
Hoje, as ongs estão enquistadas
no tecido social e prometem metástases as mais monstruosas. Elas
não alteram a situação de risco, antes a prolongam.
Não tocam no fundo das questões: produzem panacéias.
Onde é preciso desenvolver cultura, põem no lugar um placebo
enganoso e abjeto. As ongs ensinam a gente a desconfiar da retórica
das boas intenções que os ongueiros exibem na mídia,
a pensar duas vezes antes de colaborar, a não acreditar em mais
nada, a exercer a desobediência civil. Na liqüidação
de ongs que se avizinha, seria bom se a gente pudesse comprar todas
elas a preço de banana para tentar começar tudo de novo,
em bases sólidas, com lealdade, ação efetiva e
amor verdadeiro pelos pobres que são a grande maioria
dos brasileiros... Opa! me peguei falando igualzinho a um ongueiro...
Criar ongs contra as ongs é ainda assim gerar uma ong. Talvez
o melhor mesmo seja dar cabo dessas antimães e inventar um jeito
mais honesto de fazer o bem, ou de se dar bem.
Música
de fundo em arquivo MID (experimental):
"Na baixa do sapateiro",
de Ary Barroso
Nota para a seqüência Midi: *****
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