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Sonhos de Natal
Enviado pelo autor, Jundiaí (terra da uva)-SP

 

Por Faustino Vicente, consultor de empresas
E-mail: faustino.vicente@uol.com.br
Tel. (11) 4586-7426

10 dezembro, 2005

Família reunida, mesa farta e muitos presentes, este é o sonho de milhões de pessoas para a festa da noite de Natal. Há os que, embora possam faze-lo, dispensam essa forma de comemoração. Existem, ainda, aqueles que, embora desejassem, não participam pelas mais variadas circunstâncias. Em qualquer das três alternativas é possível um Natal Feliz, desde que se tenha a convicção das reais, e sublimes, motivações que a data representa. Felicidade é estado de espírito.

A história, e a trajetória triunfal, do anfitrião natalino –Jesus Cristo– nos legou o poder supremo da espiritualidade – “a dimensão mais nobre do ser humano, que o move à transcendência”. Ela pode ser manifestada através de ações práticas dos dois mandamentos mais importantes: amar a Deus sobre todos as coisas e, semelhante a esse, amar o próximo como a si mesmo. Esse grau de importância foi expresso pelo próprio Cristo, quando questionado a respeito. Na evolução espiritual encontra-se o segredo que harmoniza as necessidades humanas: saúde (física e mental), convivência familiar, relacionamento social, exercício profissional e condições financeiras. O equilíbrio entre esses fatores é decisivo para o nosso bem estar.

Devemos nos conscientizar que o responsável pela maior festa da cristandade também sonhou quando de sua passagem pela terra. Sonhou com um mundo de fartura para todos, tendo nos deixado a flora, a fauna e os recursos do solo e do subsolo. Sonhou, e pregou, a paz entre todos os povos do planeta azul. Sonhou com uma sociedade mais igualitária economicamente e mais justa socialmente. Sonhou com a inexistência da discriminação, do preconceito e de qualquer tipo de exclusão social. Sonhou com a prática da fé, da esperança e da caridade – as três virtudes teologais – que poderão ser compreendidas pela leitura, e reflexão, dos textos bíblicos.

O Natal é uma oportunidade (a mais), que temos anualmente, para fazermos um balanço da nossa vida espiritual, e para erradicarmos as “ervas daninhas” que insistimos em cultivamos em nossa mente: os nossos sentimentos negativos. Podemos agregar valores se entendermos, definitivamente, que é dividindo que se soma. Os fundamentos do cristianismo não servem apenas para cada um de nós, mas podem ser aplicados em qualquer atividade humana,inclusive, na gestão empresarial. Visão, missão, princípios, normas de procedimentos e metas, elementos que ganharam status organizacional no século 20, constam nas Escrituras da forma explícita.

Entre as referências bíblicas encontra-se a construção da Arca de Noé (Gênesis 6:14-16) cujas especificações detalhadas nos fazem lembrar da ISO (International Organization Standardization). Norma técnica internacional de certificação de qualidade assegurada. A ISO pode ser entendida como: escreva o que, e como você faz, e faça como você escreveu. Célebre, também, é a exemplar lição de planejamento estratégico revelada por José do Egito, administrador admirável, (Gênesis 41:37-45) podendo ser comparado com o CEO (Chief Executive Officer) - Presidente Executivo de hoje. Ele soube, com extrema competência, administrar os sete anos de fartura e os sete anos de escassez. As vagarosas e silenciosas passadas de Moisés pelo deserto, na caminhada à Terra Prometida, o colocaram na galeria de protagonistas históricos, pelos valores que ele agregou à gestão de recursos humanos. Ele pode ser considerado o pai da descentralização do poder e da gestão participativa (Êxodo 18:13-26).

Daniel, nomeado pelo Rei Nabucodonosor, governador de toda a província, administrou a então poderosa Babilônia, com a ajuda de seus três amigos: Sidrac, Misac e Abdénago (Daniel 2:48-49). Ler, refletir e vivenciar os ensinamentos contidos na Bíblia são as pegadas que Jesus deixou para os cristãos conquistarem qualidade de vida, felicidade e a salvação eterna.


Carta à minha neta
Enviado elo autor, Barra Bonita-SP

 

Por Sérgio Ferraz, jornalista
E-mail: sergioferraz@netsite.com.br

24 novembro, 2004

Já há tempos venho lhe observando. Meus velhos olhares passeando pela sua jovem vida. Você encarou seu primeiro emprego, depois foi à luta, e conseguiu um emprego melhor. Mas, não contente, foi novamente à luta, e conseguiu seu terceiro emprego. Sem ajudas, sem pedido de ajudas. Só você e o mundo.

E eu fico observando você falar e falar. Atrevida, na tentativa de cobrir suas carências; olhando com cara de brava para o mundo, buscando encobrir suas fraquezas. E sinto, apesar de não ser nenhum médium, que você tem uma aura muito forte. Por isso um dia disse que você poderia ir longe.

Você tem apenas 16 anos de idade, e já tem idéias de conquistar o mundo. E eu fico orgulhoso de você e, embora nunca tenha dito nada disso, eu me vejo em você. Esta sua personalidade forte, às vezes impulsiva, às vezes introspectiva, este seu jeito desafiador, essa sua mania de amar e odiar o mundo ao mesmo tempo, leva-me aos meus bons e inocentes tempos de rebeldia.

As pessoas dizem que você se parece com fulano ou com cicrano, e eu fico quieto, apenas ouvindo, pois sei que você tem a mesma personalidade minha. Você vai atravessar pontes, antes de ver se elas são seguras; você pode começar a carregar pequenas pedras, quietamente, na tentativa de construir sua própria montanha, ou, de repente, você poderá tentar saltar todas as montanhas que encontrar.
Só que me escute em uma coisa: o mundo precisa de gente assim, gente que, se tem sede, abre seu próprio poço e não fica esperando alguém lhe dar uma caneca de água. Mas saiba que é preciso pagar um preço por isso. É preciso lutar sem ter medo das porradas. Pois elas virão. É preciso às vezes fugir para entre a solidão das estrelas e beber suas próprias lágrimas, em silêncio.

É preciso amar, mesmo sabendo que o amor é instável como a vida. É preciso sorrir, às vezes até de você mesma, pois às vezes, no afã de acertar, cometemos desacertos hilários, e chorar só nos tornará mais patéticos. Portanto sorria. Sorria de todos e principalmente dos seus desacertos, lembrando sempre que a gente não erra. Só procuramos acertar.

Quando mentes pequenas quiserem desviar você das suas metas ou, simplesmente, falarem coisas a você para tentarem quebrar sua força, lembra sempre que quanto mais você se deixar enfraquecer, menor será sua resistência nos caminhos que irá trilhar.

Se um dia lhe chamarem feia, metida, maldosa ou de qualquer adjetivo que fira sua alma, você deve lembrar que Deus nos fez à sua semelhança e imagem e, se sabemos e aceitamos isso, passamos a ser como um espelho. Então, qualquer pessoa que lhe dirigir uma palavra ofensiva -e você as vai encontrar-, saiba que ela jamais estará falando de você, mas dela mesma, pois você estará refletindo apenas e tão somente a imagem da pessoa. Se uma pessoa for chata e feia, ela vai olhar em você e a achar chata e feia, porque ela estará olhando a sí mesma através de você. Compreendeu? Assim, tome cuidado você também ao olhar uma pessoa. E jamais julgue alguém. Pois se você proceder sabiamente, achará todas as pessoas lindas, fortes e legais, pois você estará se vendo nas pessoas.

Você está começando uma vida, ou seja, está colocando seus pés no caminho que leva à vida adulta. E esta vida adulta é cheia de armadilhas, pois a maioria das pessoas, quando perdem a inocência da infância, vão enchendo o cofre chamado coração de medos, fraquezas, maldades, mentiras, hipocrisias, orgulho, vaidade e outro tanto de coisas ruins. Porém, de todas essas, a mais perigosa é a mentira. Principalmente mentir para você mesma.

Sonde, observe, verifique, pense, olhe todas as situações de todos os ângulos possíveis, em busca da verdade. Da sua verdade. E quando a encontrar, jamais abra mão dela, por mais que o mundo diga ao contrário. E vá desde já enchendo o seu cofre de força, bondade, verdade, sinceridade e humildade.

Das outras armadilhas da vida -e a vida as tem aos montes-, a mais perigosa é aquilo que as pessoas chamam amor. Existem paixões, interesse, amizade, tesão, admiração, deslumbramento e mais algumas coisinhas que as pessoas chamam amor. Mas não é. Sendo o princípio da sabedoria, o temor a Deus, como diz na Bíblia, o princípio do amor é o respeito e a doação. Quem não respeita o outro, não ama, e quem não se doa, nunca saberá o que é o verdadeiro amor.

No respeito e na doação está o que chamamos de companheirismo, já que no princípio Deus fez a mulher para ser companheira do homem. E vice-versa. Então, nunca procure encontrar um homem para ser seu companheiro. Encontre primeiro um companheiro para que depois ele seja seu homem. E quando duas almas se encontram, companheiras, leais, se respeitando e se doando, soma-se depois a admiração, o interesse e o tesão. E tudo corre bem.

Só que, também não se esqueça, que a vida não é um mar-de-rosas, pois não existem mares desta cor. A vida é cheia de tempos determinados para todo ser vivente, como disse o sábio rei Salomão. Há tempo de trabalhar e tempo de se divertir; há tempo de rir e há tempo de chorar. Quando for o tempo de ser feliz, seja feliz, não se esquecendo de agradecer a Deus. E se um dia chegar um tempo infeliz, fica tranquila e tenha fé, pois se você não se esqueceu de Deus na felicidade, Ele jamais irá esquecê-la num momento infeliz, e virá em seu socorro.

Eu e a maioria das pessoas temos pouco para falar sobre a felicidade num casamento, e muito para reclamar. Mas não adianta sapatear depois que acabou a música, pois tudo irá ficar fora de rítmo. Portanto, jamais se apresse para unir sua vida a alguém. Se mais tarde você tiver algum arrependimento, que seja pelas coisas que deixou de fazer, e não pelas que fez. Por isso faça o que fizer, faça tudo com calma, ponderadamente e, quanto a casamento, entrega o seu caminho ao Senhor e confia Nele. E Ele, que nunca erra, a seu tempo certo, colocará à sua frente a pessoa certa. Na vida a dois, as escolhas quase sempre dão errado, quando somos nós que escolhemos. Deixe o Senhor que tudo sabe, escolher por você. E você será feliz.
Eu apanhei muito na vida, pois sempre encarei o mundo sozinho. E quando vencia, ria sozinho. E quando fracassava, chorava sozinho. Se as pessoas não enxergavam minha força, porque haveria de deixá-las ver minha fraqueza? Mas isso é ruim. Porém, eu nunca tive alguém para me falar o que estou falando a você. E vejo hoje que as cicatrizes que a vida me fez, não foram em vão, pois com elas posso evitar que você se fira.

Certamente falhei com sua mãe e seu tio, meus filhos, pois como poderia um rapazola de 23 anos, batalhando sozinho contra o mundo, ter condições de passar conhecimento para os filhos? Eu também estava aprendendo. E pela pior via: a da dor. Mas nunca fugi da luta e Deus, na Sua santa misericórdia, me deu forças e livrou meus passos do mal, mesmo sem eu procurá-Lo. E assim eu lutava por todos e chorava sozinho, achava eu. Mas não era assim. Através da orações da sua bisavó, havia um Deus clemente que olhava por mim. E eu fui aprendendo. E hoje eu sei.
Mas, infelizmente, não pude passar o que fui aprendendo com o tempo, para meus filhos. E hoje, mesmo que o quisesse, eles não iriam me ouvir. Pois já estão trilhando a estrada adulta há tempos, e aprendendo da maneira deles. Só posso pedir a proteção divina para eles, e que o Senhor tenha com eles a bondade e misericórdia que teve comigo.

Então, por tudo isso, é que estou lhe escrevendo esta. Ame a Deus sobre tudo e todos, não deixe entrar em seu coração pensamentos maus contra seus semelhantes e, se puder ajudar, nunca negue ajuda a ninguém. Finalmente, preste atenção e aplique seu coração em tudo o que seu avô lhe escreveu nesta carta. Hoje eu me orgulho de você. E amanhã, esteja eu onde estiver, quero continuar me orgulhando. Que o Senhor dos Céus e da Terra a abençoe e proteja.

Seu avô.

Sérgio Ferraz

Nota do editor

Que a carta acima siga seu destino certo e atinja também corações e mentes que acreditem a quanto uma pessoa pode querer bem a outra.

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Música de fundo em arquivo MIDI (experimental):
"Espanhola", de Flávio Venturini
Nota para a seqüência Midi: *****

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Belo Horizonte, 23 dezembro, 2005