Enviado por Isolda Haris, Fortaleza-CE
9 maio, 2009

Separação

Por Affonso Romano de Sant'ana

Fonte: Mensagens para Orkut

Desmontar a casa e o amor.
Despregar os sentimentos das paredes e lençóis.
Recolher as cortinas após a tempestade
das conversas.

O amor não resistiu às balas, pragas, flores
e corpos de intermeio.

Empilhar livros, quadros, discos e remorsos.
Esperar o infernal juízo final do desamor.

Vizinhos se assustam de manhã ante os destroços junto à porta:
-pareciam se amar tanto!

Houve um tempo:
uma casa de campo,
fotos em Veneza,
um tempo em que sorridente
o amor aglutinava festas e jantares.

Amou-se um certo modo de despir-se de pentear-se.
Amou-se um sorriso e um certo modo de botar a mesa.
Amou-se um certo modo de amar.

No entanto, o amor bate em retirada
com suas roupas amassadas,
tropas de insultos malas desesperadas, soluços embargados.

Faltou amor no amor?
Gastou-se o amor no amor?
Fartou-se o amor?

No quarto dos filhos outra derrota à vista:
bonecos e brinquedos pendem numa
colagem de afetos natimortos.

O amor ruiu e tem pressa de ir embora
envergonhado.

Erguerá outra casa, o amor?
Escolherá objetos, morará na praia?
Viajará na neve e na neblina?

Tonto, perplexo, sem rumo
um corpo sai porta afora
com pedaços de passado na cabeça
e um impreciso futuro.
No peito o coração pesa mais que uma mala de chumbo.


Enviado pelo autor, Recife-PE
11 fevereiro, 2008

Espaço

Por Hideraldo Montenegro

Mulher não tem forma
Mulher é prosa
poesia e loja
aliás, mulher tem forma
circular, curva
sem arestas
basta encontrar o centro
a fresta
e penetrar em festa
o útero
que nos espera

O homem não tem forma
O homem tem norma
-limite de sua sola

O homem só se forma
quando decola
da mulher que o assola

A mulher não tem forma
A mulher é elástica, mola
flexível, medula, moda

A mulher só tem forma
Na cabeça de quem a adora


Enviado pelo autor, Olinda-PE
1º novembro, 2007

Letra e música de Luiz Alberto Machado
A música pode ser baixada em MP3 na página do autor

É preciso respeitar melhor a vida
no amor que traz a paz que é tão bem vida.
Amar para se ter além do passional
e o coração valer o ser humano universal.

É preciso respeitar as diferenças
e não se equiparar ao que é hostil nas desavenças.
Lutar contra a mantença desigual
que forja o algoz na força do poder irracional.

Se entregar agora, todo dia e a noite inteira,
testemunhar assim as coisas verdadeiras.
Colher a lágrima do olhar mais desolado
para irrigar a sede do carinho devastado.

É preciso ter no olhar a flor da vida,
trazer a luz do sol nas mãos amanhecidas.
E perceber o amor no menor gesto natural
para valer o sonho mais presente mais real.

Se entregar agora, todo dia e a noite inteira,
testemunhar assim as coisas verdadeiras.
Colher a lágrima do olhar mais desolado
para irrigar a sede do carinho devastado.

E afinal poder sorrir
como quem vai feliz viver,
a manter a crença e o seu proceder na paz.
Semear a vida no ideal de colher
o que virá depois
pra ser alegria imensa para um, mais dois, mais!
Viver a vida pelo que foi e será, é e será!

Ver anterior


Música de fundo em arquivo MID (experimental):
La boheme"
Nota para a seqüência Midi: *****

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Belo Horizonte, 17 maio, 2009

Poesia