O livro mais antigo da humanidade

Não só de pão viverá o homem, mas de toda
a palavra que procede da boca de Deu
s (Mt 4.4
)

Da editoria do Jornal dos Amigos

A Bíblia começa no livro de Gênesis narrando a história da humanidade: "No princípio criou Deus os céus e a terra". Segundo a cronologia de Bill Hovey, contada em "A Bíblia Anotada", da Editora Mundo Cristão, a criação de Adão e Eva se deu por volta de 4100 a.C. O dilúvio pode ter sido em 2400 a.C. O período de 430 anos de escravidão dos judeus pelo faraó no Egito aconteceu entre 1850 e 1900 a.C. O período de reinado dos reis de Judá e Israel (Saul, Davi e Salomão) aconteceu entre 950 e 1050 a.C. Como você pode constatar, a Bíblia tem muita história para contar, além de orientações diretas para sua vida -agora e na eternidade- que podem ser encontradas em Provérbios, Eclesiastes ou nas cartas do apóstolo Paulo.

As Escrituras Sagradas não foram escritas de uma só vez. Levou um bom tempo: mais de mil anos. Começou em torno do ano de 1250 a.C. e terminou cerca 100 anos após o nascimento de Jesus Cristo. A bem da verdade, é muito difícil precisar exatamente quando a Bíblia começou a ser escrita, pois antes disso era narrada e contada nas rodas de conversas e celebrações dos povos. Mas antes mesmo de ser narrada e contada, ela foi vivida por muitas gerações num esforço supremo e fiel de colocar Deus na vida das pessoas e organizar a conduta dos povos de acordo com a justiça divina.

A Biblia escrita nasceu da preocupação de não esquecer o passado. No começo, o povo não fazia distinção entre contar e escrever. O importante era a consciência comunitária, nascida a partir do contato com Deus. Como hoje nas igrejas, nós decoramos letras de cânticos. Assim era o povo antigo que decorava e transmitia as histórias, as leis, as profecias, os salmos, os provérbios e tantas outras narrativas que depois foram escritas. A Bíblia então saiu do povo de Deus, com a preocupação de reter as informações para as gerações seguintes.

Quem escreveu

Foi gente como você e eu consagradas por Deus. Foram homens, mulheres, jovens, velhos, pais, mães de famílias, agricultores, operários de várias profissões, reis, pastores (de ovelhas), pobres, ricos, gente de todas as classes, mas todos convertidos e unidos na mesma preocupação: construir um povo irmão, em que reinassem a fé e a justiça, o amor e a fraternidade, a verdade e a fidelidade e que não houvesse nem opressor nem oprimido.

Todos tiveram a sua colaboração, mas cada um do seu jeito humano. Todos foram professores e alunos, uns dos outros. Mas, como já dissemos, foram humanos, podem ter cometidos pecados graves, como foi o caso do rei Davi, que seduziu e matou, mas depois foi punido e perdoado por Deus (veja em 2 Samuel 11).

Onde foi escrita

A bíblia não foi escrita no mesmo lugar, mas em lugares distintos e países diferentes. A Palestina (onde hoje se dá o conflito entre árabes e israelenses) foi o palco de onde saiu a maior parte das escrituras do Antigo Testamento e do Novo Testamento. Foi também por onde Jesus Cristo caminhou e nasceu a Sua igreja. Mas algumas partes do Antigo Testamento foram escritas na Babilônia, onde povo viveu em cativeiro no século 6 a.C. Outras partes foram escritas no Egito, para onde muita gente emigrou depois do cativeiro. Já o Novo Testamento tem partes que foram escritas na Síria, na Ásia menor, na Grécia e na itália, onde havia muitas comunidades fundadas ou visitadas pelo apóstolo Paulo.

Língua que foi escrita

Os manuscritos em papiros (erva própria das margens alagadiças do rio Nilo, na África, cujas compridas folhas forneciam hastes das quais se obtinha o papiro, material sobre o qual se escrevia) ou pergaminhos (pele de cabra, de ovelha ou de outro animal, macerada em cal, raspada e polida) que deram origem à Bíblia foram escritos, basicamente, em três idiomas. A maior parte do Antigo Testamento foi escrito em hebraico ou grego. O hebraico era a língua falada na Palestina antes do cativeiro. Depois do cativeiro o povo começou a falar aramaico. Mas a Bíblia continuou a ser escrita em hebraico. E uma pequena parte do Antigo Testamento foi escrita também em aramaico.

No tempo de Jesus Cristo o povo da Palestina falava aramaico em casa, usava o hebraico nas leituras bíblicas e o grego no comércio e na política. Quando os apóstolos se deslocaram da Palestina para pregar o Evangelho aos outros povos, eles adotaram uma tradução grega do antigo testamento, feita no Egito no século 3 a.C., pois o judeus imigrantes já não entendiam mais o hebraico nem o aramaico.

Os livros apócrifos

A tadução em grego chama-se Septuaginta ou Setenta. Essa lista de livros bíblicos é mais extensa do que a traduzida do hebraico. Aqui está a diferença entre a Bíblia Católica e a Bíblia Evangélica. A tradução grega dos Setenta, adotada pela Igreja Católica Apostólica Romana, há sete livros a mais no Antigo Testamento -os chamados apócrifos- a saber: Tobias, Judite, Baruc, Eclesiático, Sabedoria, Primeiro Livro de Macabeus, Segundo Livro de Macabeus. Há ainda acréscimos em algumas partes dos livros de Daniel e de Ester.

O que é realmente a Bíblia

A Bíblia Sagrada não é um romance ou uma história que se lê e deixa-se de lado. Na verdade, parece um livro que não tem fim, pois cada vez que procedemos uma leitura descobrimos algo diferente. Isso se dá por causa da capacidade limitada que cada um de nós tem para reter informações. Por isso é um livro de consultas: há sempre o que apreender e reaprender consultando a Bíblia.

O assunto Bíblia não é só uma doutrina sobre Deus. Por intermédio de suas páginas podemos encontrar: histórias (fascinantes os livros de Samuel e Reis), provérbios, profecias, romance (Cantares de Salomão ou Cânticos dos Cânticos - o livro sensual que registra o ramance do rei Salomão com uma sulamita), salmos, lamentações, cartas, sermões, meditações, filosofias, romances, cantos de amor, biografias, genealogias, poesias, parábolas, comparações, tratados, contratos, leis para a organização do povo, leis para o bom funcionamento da liturgia, coisas alegres e coisas tristes, fatos verdadeiros, fatos simbólicos, coisas do passado, coisas do presente, coisas do futuro, enfim uma infinidade de bons assuntos.

Existem trechos na Bíblia que transmitem alegria, esperança, coragem e amor. Outros denunciam erros, pecados, opressão e injustiças. Mas também existem páginas escritas pelo gosto de contar uma bela história para descansar a mente do leitor e provocá-lo um sorriso de esperança.

A Bíblia é semelhante a um álbum de fotografias de família. Quando as fotos são guardadas em uma caixa, os filhos de vez em quando despejam tudo na mesa e querem que os pais contem a história de cada foto. A Bíblia é um album de fotografias da família de Deus. Nas suas reuniões e celebrações o povo de Deus olhava as suas "fotografias" e contava as suas histórias.

Os 66 livros (cada assunto chama-se livro porque foi juntado à coleção) estão divididos em 39 do Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento.

O Antigo Testamento

Os nomes Antigo Testamento e Novo Testamento focalizam as duas grandes alianças feitas por Deus com o Seu povo: a Aliança Mosaica (Ex 24:8; Rs 23:2) e a Nova Aliança (Mt 26:28).

o Antigo Testamento registra o envolvimento de Deus com a nação de Israel, com base na aliança que fizera com os israelitas através de Moisés no monte Sinai. Em outra parte registra a criação do homem, o dilúvio, a chamada da Abraão e a formação da nação israelita através da descendência de Isaque e Jacó.

Após o relato dos fundamentos da Aliança Mosaica, o Antigo Testamento registra a história do relacionamento entre Deus e Israel. Ao longo de todo a narrativa de seus livros há uma linha de profecias com respeito a um Libertador-Salvador que haveria de vir para a instituição de uma nova aliança. O cumprimento dessas professias é a história do Novo Testamento.

No Antigo Testamento os livros não seguem a ordem cronológica em que os eventos registrados aconteceram. Abaixo dispomos a ordem de cronologia provável.

Genesis
Êxodo
Números
Josué
Juízes
1 Samuel
2 Samuel
1 Reis
2 Reis

Daniel
Esdras
Neenias


Levítico
Deuteronômio

Rute

Salmos
1 Crônicas, Cantares, Provébios, Eclesiastes
2 Crônicas, Obadias, Joel, Jonas, Amós, Oséias, Miquéias, Isaías,
Naum, Sofonias, Habacuque, Jeremias, Lamentações
Ezequiel
Ester, Ageu, Zacarias
Malaquias


A aproximação da Nova Aliança


Durante o intervalo de quatrocentos anos entre o final da revelação do Antigo Testamento e a vinda de Cristo, vários eventos importantes ocorreram.

  • Os gregos, sob o comando de Alexandre, o Grande, e seus sucessores, dominaram o mundo bíblico por algum tempo.
  • Sob o comando dos macabeus, os judeus se revoltaram contra o domínio político-religioso-cultural dos gregos.
  • O império romano sucedeu ao grego e dominava o mundo bíblico na época do nascimento de Jesus Cristo.
  • A sinagoga e outras instiuições judaicas, como o sinédrio e as seitas dos fariseus e saduceus, surgiram e se devolveram durante esse período.

Os eventos e cisrcusntâncias acima prepararam o cenário para o nascimento e o ministério de Jesus Cristo, bem como a criação e o desenvolvimento inicial de Sua Igreja.

O Novo Testamento

Ou a Nova Aliança (veja Lucas 22.20).

A palavra "aliança" significa ajuste, acordo ou pacto feito entre indivíduos ou grupo de indivíduos. Nesse caso, particularmente, a outra parte podia aceitar ou recusar a aliança, mas não modificá-la. É o caso do Antigo Testamento que registrou o trato de Deus com Israel, baseado na aliança outorgada através de Moisés no Monte Sinai.

Já o Novo Testamento descreve um novo acordo entre Deus e os homens, mediado através de Jesus Cristo, estabelecendo assim a Nova Aliança (veja Ex 24:1-8; Lc 22:14-20; 2 Co 3:6-11).

A Antiga aliança revelava a santidade de Deus no justo padrão da Lei e prometia a vinda do Redentor.

A Nova Aliança revela a santidade de Deus em Seu justo Filho.

O Novo Testamento consiste então dos escritos que revelam o conteúdo desta Nova Aliança. É a mudança da Lei para a Graça concedida por nosso senhor Jesus Cristo.

Dos 27 livros que compõe o Novo Testamento, ou a Nova Aliança, foram escritos por nove autores diferentes. Há controvérsias de quem teria escrito Hebreus. Se for comprovado que foi o apóstolo Paulo, então serão apenas oito. O período em que foram escritos é de apoximadamente 50 anos.

Os livros obdecem a quatro divisões distintas:

  • Os quatro Evangelhos - descrevem a vida e o ministério de Jesus Cristo.
  • O livro de Atos - é a história do início da igreja e da disseminação pelo mundo greco-romano.
  • As 21 cartas (de Romanos a Judas) - o apóstolo Paulo escreveu 13 ou 14 dessas cartas. Elas foram dirigidas a igrejas e também a indivíduos. Ensinam a doutrina cristã tanto do modo formal (Romanos) quanto do modo informal (1 Coríntios e Filemon).
  • O Apocalipse - foi escrito por João. Descreve o triunfo final de Jesus Cristo e Seu povo no futuro.

Os livros da Nova Aliança obedecem a uma cronologia mais precisa. Abaixo todos escritos depois da morte e ressureição de nosso senhor Jesus Cristo.

Tiago
Gálatas
1 e 2 Tessalonicenses
Marcos
1 Coríntios
2 Coríntios
Romanos
Lucas
Colossenses, Efésios,Felipenses, Felemon, Atos
Mateus
1 Timóteo
1 Pedro
Tito
2 Timóteo
2 Pedro
Hebreus
Judas
João
1, 2, 3 João
Apocalipse
45-50
49
51
50-60
56
57
58
60
61
60-70
63
63
65
66
66
64-68
70-80
85-90
90
90-100



"A graça do Senhor Jesus seja com todos."

São essas as últimas palavras que constam no livro do Apocalipse.
Amém! Venha, Senhor Jesus!


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